quarta-feira, março 12, 2008


Eu podia ter sido qualquer coisa,
mas não fui.
Preferi o olhar parado,
fixo na segurança
algo que despontava diante de mim
e acenava como possivel
e passível.

Sou o que não me dei de coragem.
não tenho certeza o por quê iniciei este blog. Não sou poeta, nem pretendo ser. Escrevo pouco e acho que nem tenho muito o que escrever.
Tenho escrito pouco e a justificativa é de ter rompido relação com o Speedy, que desde que contratei nunca funcionou, fui rejeitada pela operadora... nunca me senti tão mal amada!
Talvez eu me ache mais importante do que de fato sou e tenha que deixar um registro para posteridade.
Talvez seja apenas uma forma de fazer ressoar alguma coisa que não sei bem o que é que está em mim, e que não consigo entender.

Aprendi que tinha que ler, ler muito para ser artista.
Aprendi que tinha que saber filosofia, antropologia, tinha que ler os franceses e os alemães para entender o que é literatura.
Aprendi que irremediavelmente eu tinha que entender os outros, o que todos aqueles emaranhandos de poesias e histórias e teorias diziam. Que eu devia dialogar com tudo isso para daí formar-me artista, e o meu pensamento.
Não tenho clareza nos meus pensamentos, talvez porque não tenha lido Proust (ops, confessei!) Minha formação não tem sentido de ser! Sei lá.
Li e reli clássicos da literatura e confesso com vergonha que alguns não me fizeram sentido, nem me deram prazer. Apenas formalizaram a obrigação canonica de lê-los.

Hoje tento entender a mim, aprender o que de mim pode ser importante para mim, num egoismo utópico, querendo acreditar que se pode viver só!

Não acredito!

Mas não sei de fato o que sinto. Hoje é um daqueles dias que o grito tá na garganta, mas não se pode gritar, porque afinal de contas: há de incomodar os vizinhos!
E quem quer incomodar os vizinhos?
Eles que se danem. Que se danem todos!

Assisti outro dia a uma entrevista com o dr. Patch Adams, a quem já julgava brega pelo simples fato de ter sido representado pelo Robin Williams no cinema, mas ele disse coisas que para mim fazem tanto sentido: então sou brega, ou apenas preconceituosa!

Qual a nossa estrategia para o amor? Foi a pergunta feita por ele. Acredito nisso. Temos tantas estratégias na vida, profissional, financeira etc... e o amor? onde fica nisso tudo. Não o amor romantico - enquanto eu digo: eu te amo, mas no fundo dizendo: você é propriedade minha. Não é disso que estou falando (ou ele), ele diz que um ato de amor é comer apenas depois que todos tiverem comido - qtas vezes nossas mães não fizeram isso? É disso, é ver o outro feliz para ser feliz, mas sem hipocrisia.

As vezes esqueço de mim, sem intenção de fazê-lo, porque GOSTO de cuidar dos outros, não sei bem o que é. Mas quantas e quantas vezes eu não ouvi "fez por que quis" e isso me magoou... claro que quis, mas quis te ver feliz, infeliz! pena que a reciproca não foi verdadeira.

E essa é minha maior dúvida, existe amor sem a expectativa da recíproca? Ou o amor pressupõe a vontade de ser desejado mutuamente? Só serei feliz se aquela pessoa que eu idealizo como perfeita (pelo menos para mim) me desejar tanto quanto eu a desejo (não o desejo físico, mas o desejo físico da alma de estar ali, acompanhado, seja pelo amante, seja pelo irmão, por quem for)

Não, eu não estou certa que a culpa é minha. Que eu sou culpada por ser rejeitada até pelo operador de telemkt da Telefonica.

Eu não sei onde estou errando, mas há um erro nas engrenagens gerais... uma vez ajudei uma senhora na rua que estava precisando não de médico, mas de amor, no dia seguinte uma colega de trabalho, qdo contei o que havia acontecido, eu ainda chorando fui surpreendida por uma matéria que denunciava velhinhos assaltantes!

Não, o mundo não são os falsarios, mesmo que eu seja uma.

Deve haver amor!
e acredito que o Patch Adams saiba o que é isso!

Eu queria saber. Amar, só pelo prazer de amar. Sem esperar que o outro me ame. Porque me dói a cada segundo, o fato de não ser correspondida, de ser rejeitada por um amor que eu acredito belo, mas parece que só há beleza aos meus olhos. Acho que crio um monstro enfeitado de pavão, e acredito que ele seja belo. Nao é! E tvz nunca seja. Mas eu prefiro acreditar que o amor constrói, mesmo que o meu tenha destruido a mim.

Os cacos estão sendo reunidos.

O dia que eu encontrar cola suficiente, eu colo!