Eu não sei muito sobre a vida. Acho que sei mais sobre personagens do que sobre mim mesma! rs A vida é assim, pelo menos a minha, um vai e vem de emoções, de pessoas, de vida.
Hoje foi um dia para parar e repensar. Fazer um balanço. O final de 2013 foi tenso, dolorido. Pra mim o ano havia se resumido em uma palavra: decepção. Me decepcionei muito, comigo mesma! Errei em confiar demasiadamente em algumas pessoas. Mas fui injusta com 2013. Aprendi muito. Aprendi sobre o mercado audiovisual. Aprendi sobre fazer televisão. Aprendi sobre ficção. Aprendi sobre produção. Sobre o Fundo Setorial, o artigo 3A, o artigo 3, o artigo 39. O BNDES. A Ancine. A RioFilme. Conheci pessoas importantes, influentes. Me posicionei no mercado como alguém que faz. Alguém...
Mas não aprendi o mais importante: a viver. Sei que me exponho demais no face, antes era no blog da Cris, mas infelizmente não tenho mais aquele espaço. Estou escrevendo no meu blogspot, pra quem quiser, estou postando lá também.
Prefiro ser sincera. Expor sentimentos. Olhar nos olhos, a viver fugindo. Nos últimos meses não me reconheci. Me enrolei em busca de uma verdade que não me pertence.
Me lembro que quando meu irmão morreu eu tive 21 dias de crise de enxaqueca. Foi terrível. Fui ao UPA e não tive um atendimento decente. O médico me disse que eu não tinha enxaqueca. Afinal não era a cabeça dele que estourava. Enfim... sem medicação adequada, não conseguia me livrar da dor, das náuseas, da fotofobia. Mas numa quarta-feira, após uma Palavra, fui curada.
"Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?
Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade." Atos 1:6-7
Os porquês que eu buscava não me competiam. Ali eu conheci o Consolador. Meu coração continuou doendo. O vazio ainda permaneceu por um tempo. O luto se prorrogou (no fundo até hoje). Mas o peso que me trazia a enxaqueca foi tirado na hora.
Tenho tido enxaquecas. Tenho perguntado muito o porquê das coisas. Dos silêncios, das injustiças, dos enganos. Em diversas áreas da minha vida. Talvez em todas.
Mas quando penso que já passei pela morte de meu irmão e sobrevivi, tudo se apequena. Tudo se torna vil e desnecessário.
Hoje opto pelo silêncio. Pelo fim das perguntas. Pelo fim... Opto por Deus. Talvez amanhã acorde sem dor de cabeça.
terça-feira, setembro 30, 2014
sexta-feira, setembro 19, 2014
E se tudo for mentira?
E se tudo for mentira?
Engraçado começar a pensar isso. Minha coach me disse que
nós geralmente olhamos o outro como se fôssemos nós mesmos. Como não sou afeita
as mentiras, geralmente sou sincera e direta ao extremo, não consigo ver a
mentira dos outros. Sou como um chapeuzinho vermelho: ao se deparar com o lobo mau, não consegue identifica-lo como tal, e segue sendo feita de idiota enquanto ele ganha tempo!
Mas se eu começar as minhas relações com a premissa de que
estão mentindo para mim, será que tudo vai acabar bem?
Eu não costumo ser de enrolações: se quero, quero. Se não
quero, não quero. Acho o ser humano com o qual estou me relacionando importante
demais para fazê-lo sofrer. Sou daquelas que não acredita no direito de ser
feliz em detrimento do sofrimento alheio.
Quando alguém ao meu lado chora, eu choro junto. Ajudo,
tento ao máximo secar as lágrimas e seguir em frente, mas geralmente abraço e
cuido, com os olhos marejados.
Mas hoje o que percebo é uma covardia de querer ser feliz a
todo custo, mesmo que isso signifique desprezar, maltratar, humilhar alguém.
Não consigo entender o prazer de uma pessoa em humilhar outra.
Conversando com minha irmã, ela me abriu os olhos pra uma
situação que não conseguia ver: nas relações afetivas os homens estão cada vez
mais covardes. Eu não conseguia ver essa covardia.
Eles conquistam pelo simples prazer de conquistar. Depois
não tem a dignidade de olhar nos olhos e dizer “olha não rolou!”
Temos o direito de não nos apaixonar por alguém que se
apaixonou por nós. Mas temos o dever de não humilhar.
Hoje eles preferem “dar um gelo”, falar por códigos. Mostrar
que estão desinteressados. Fazem-nos correr atrás de uma explicação, do “onde
foi que errei?” É humilhante. E te forçam a tomar a decisão de parar com esse
jogo. Então você quem não quis mais, você quem terminou, não foi ele!
Conquistamos o mundo! Nós mulheres. E por isso eles têm medo
de olhar nos nossos olhos. Eles, ao invés de crescer, se tornaram mais moleques
que antes. Parece que ao tomar o timão de nossas vidas, eles podem continuar
brincando.
Por isso tenho que começar todas as relações, seja afetiva,
profissional, ou qualquer outra, com a certeza que estão mentindo para mim.
Assim, ninguém me fará de idiota novamente.
Seria tudo tão mais fácil se fôssemos sinceros uns com os
outros. Ao olhar nos olhos falássemos o que esperamos, o que queremos, ou mesmo
se estamos confusos, em momentos diferentes, confessamos nossa condição, e então o outro decide se continua ou não, sem criar expectativas.
Eu acredito na bondade humana. Acredito que eu vá encontrar os meus pares nesse mundo. Que vou encontrar pessoas que estejam dispostas a fazer o bem.
Eu acredito na bondade humana. Acredito que eu vá encontrar os meus pares nesse mundo. Que vou encontrar pessoas que estejam dispostas a fazer o bem.
Mas parece que sigo caminhando sempre pro mesmo final.
Sempre que acredito em alguém. Não, eu não sou masoquista. Apenas tenho a vã
esperança que um dia haverá dignidade.
Enfim... seguirei procurando.
sábado, setembro 13, 2014
Sempre ouvi que sou do tamanho dos meus sonhos, mas quando me olho no espelho ainda vejo uma mulher de 1,53m.
Hoje me vejo uma mulher. Há bem pouco tempo atrás me via ainda uma menina. Essa história da auto-imagem sempre foi algo bastante complicado pra mim. Quando fecho os olhos, me vejo com 2 metros de altura. Sempre olhando todos nos olhos. Mas a verdade é que para olhar as pessoas nos olhos, ou são baixinhos, ou estão sentados!
Me acostumei a ver o mundo do alto do meu metro e meio. E se me perguntam como é aqui embaixo, eu respondo que não sei a diferença, pois nunca estive lá em cima, exceto quando tento me equilibrar nos saltos.
O engraçado é que ouvindo as pessoas falarem de mim, todos me veem forte, determinada. Eu me vejo tão diferente. Olho pra trás e parece que não fiz nada, o castelo que estou construindo está vazio e não sei por onde começar para povoa-lo. Disse isso numa entrevista: de que adianta construir o castelo?
Hoje pelo menos não me vejo mais como uma menina assustada. Sei vestir o personagem da mulher altiva e pra "frentex". Sou moderna à moda antiga. Finjo entender o que o mundo me propõe e depois me questiono sozinha, com Deus os porquês. Somos impulsionados a jogar o jogo, mesmo que esse jogo seja abusivo.
Ontem assisti "Era uma vez em Nova York". Ewa, a protagonista, linda. Uma polonesa que foge da guerra e vai para a America, com sua irmã que adoece na viagem. A irmã não consegue entrar no país, pois estava com tuberculose, fica retida para tratamento. Ewa também será extraditada, porque foi considerada "devassa". Na verdade foi abusada no navio e acaba sendo considerada prostituta.
Surge um homem que a ajuda. Bom, para encurtar ela vira uma prostituta, mesmo sendo contra tudo o que acredita. O tal homem se apaixona por ela, e mesmo assim a manipula, a aprisiona, faz com que ela se prostitua. Ewa aceita a condição que lhe é imposta, pois precisa de dinheiro para retirar a irmã da Ilha em que se encontra. Mas nunca perde a esperança que as coisas mudarão.
Em determinado momento, no auge de sua humilhação, em um show, ela é questionada sobre qual seria seu sonho. Ela responde: "quero ser feliz".
Essa é nossa busca. Mas às vezes quem mais nos ama nos aprisiona, nos machuca, nos humilha. Eu não consigo entender esse comportamento.
A vida, algumas vezes, me fez sentir menor do que o meu metro e meio. Me sinto uma formiga lutando por algo que nem sei bem o que é: essa tal felicidade. Eu olho pro lado e parece que estou completamente só, sem ter onde me segurar. Como se tivesse que me prostituir por um objetivo muito menos nobre que salvar minha irmã para ser feliz.
Há pessoas que conseguem me fazer menos que nada. Um lixo. Sei que sou eu quem permite isso. Mas não sei quebrar esse circulo. Mesmo sabendo que tantos me admiram, que tantos olham pra mim como uma pessoa imponente, há sempre um alguém que me prova que sou pequena.
Mas sempre gostei de ser baixinha. Quando me abraçam, fico tão completamente envolvida no corpo do outro, que é a melhor sensação: proteção. Acho que estou precisando mais de abraços.
Hoje me vejo uma mulher. Há bem pouco tempo atrás me via ainda uma menina. Essa história da auto-imagem sempre foi algo bastante complicado pra mim. Quando fecho os olhos, me vejo com 2 metros de altura. Sempre olhando todos nos olhos. Mas a verdade é que para olhar as pessoas nos olhos, ou são baixinhos, ou estão sentados!
Me acostumei a ver o mundo do alto do meu metro e meio. E se me perguntam como é aqui embaixo, eu respondo que não sei a diferença, pois nunca estive lá em cima, exceto quando tento me equilibrar nos saltos.
O engraçado é que ouvindo as pessoas falarem de mim, todos me veem forte, determinada. Eu me vejo tão diferente. Olho pra trás e parece que não fiz nada, o castelo que estou construindo está vazio e não sei por onde começar para povoa-lo. Disse isso numa entrevista: de que adianta construir o castelo?
Hoje pelo menos não me vejo mais como uma menina assustada. Sei vestir o personagem da mulher altiva e pra "frentex". Sou moderna à moda antiga. Finjo entender o que o mundo me propõe e depois me questiono sozinha, com Deus os porquês. Somos impulsionados a jogar o jogo, mesmo que esse jogo seja abusivo.
Ontem assisti "Era uma vez em Nova York". Ewa, a protagonista, linda. Uma polonesa que foge da guerra e vai para a America, com sua irmã que adoece na viagem. A irmã não consegue entrar no país, pois estava com tuberculose, fica retida para tratamento. Ewa também será extraditada, porque foi considerada "devassa". Na verdade foi abusada no navio e acaba sendo considerada prostituta.
Surge um homem que a ajuda. Bom, para encurtar ela vira uma prostituta, mesmo sendo contra tudo o que acredita. O tal homem se apaixona por ela, e mesmo assim a manipula, a aprisiona, faz com que ela se prostitua. Ewa aceita a condição que lhe é imposta, pois precisa de dinheiro para retirar a irmã da Ilha em que se encontra. Mas nunca perde a esperança que as coisas mudarão.
Em determinado momento, no auge de sua humilhação, em um show, ela é questionada sobre qual seria seu sonho. Ela responde: "quero ser feliz".
Essa é nossa busca. Mas às vezes quem mais nos ama nos aprisiona, nos machuca, nos humilha. Eu não consigo entender esse comportamento.
A vida, algumas vezes, me fez sentir menor do que o meu metro e meio. Me sinto uma formiga lutando por algo que nem sei bem o que é: essa tal felicidade. Eu olho pro lado e parece que estou completamente só, sem ter onde me segurar. Como se tivesse que me prostituir por um objetivo muito menos nobre que salvar minha irmã para ser feliz.
Há pessoas que conseguem me fazer menos que nada. Um lixo. Sei que sou eu quem permite isso. Mas não sei quebrar esse circulo. Mesmo sabendo que tantos me admiram, que tantos olham pra mim como uma pessoa imponente, há sempre um alguém que me prova que sou pequena.
Mas sempre gostei de ser baixinha. Quando me abraçam, fico tão completamente envolvida no corpo do outro, que é a melhor sensação: proteção. Acho que estou precisando mais de abraços.
Hoje, ontem (rs) já são 2 da manhã, o dia estava nublado, com cara de que choveria... Choveu... emoções. Comecei o dia meio assim, assim... é sempre angustiante quando as coisas estão indefinidas e tudo o que você precisa é de uma palavra, algo que te mostre o caminho certo, que diga o que está de fato acontecendo. Quando as coisas ficam no ar e eu não tenho respostas.... eu caminho. Mas meu irmão tinha uma frase que eu me repeti inúmeras vezes hoje, enquanto caminhava pela Lagoa: "há coisas que não precisam ser ditas, se precisarem ser ditas é você que não está pronto para ouvi-las" Eu preciso ouvir. Mesmo sabendo a resposta, acabo buscando a confirmação daquilo que, de alguma forma, descobri sem que ninguém me contasse. Porque o ponto de interrogação sabe torturar.
Fui caminhando, orando, me repetindo a frase. Andei do Jardim Botânico até a General Osório. Encontrei um amigo, tive um almoço incrível e percebi que não estou sozinha.
Depois um telefonema que fez com que eu me sentisse bipolar, indo de um extremo ao outro: Ganhamos o Fomento! Ali o mundo pareceu ganhar novas cores... novos rumos... até o gelo passou a ser mais saboroso... kkk
Hoje me lembrei que tudo pode mudar no minuto seguinte. Lembrei do meu irmão, da minha infância, dos amores, das dores... do que sou hoje, do que fui ontem... de como queria que fosse o amanhã que não me pertence completamente... Lembrei que precisamos estar prontos a receber com amor tanto as coisas boas, como aquelas que às vezes aparentemente são ruins. Pois no fim, tudo te levará a tua essência. Afinal, eis-me voltando ao teatro.
Para completar o dia, e a montanha-russa de emoções, fui ao cinema. Mas antes uma amiga me ligou e me disse coisas incríveis... me fez carinhos que não esperava receber. Mas a principal coisa que me disse: "Seja como pensares" - eis o resumo da fé.
Não quero mudar quem sou porque me sinto um ponto fora da curva. Eu não vou deixar os outros me transformarem naquilo que desprezo. SE me machucarem, vou devolver com carinho. Se me ignorarem, vou devolver com amor e atenção. Não vou permitir que o mundo me deixe fria, que as pessoas me deixem menos afetuosa, só porque algumas pessoas não sabem o que é afeto. Vou continuar respeitando, mesmo quem não sabe o que é isso.
E quando olhar pra trás, nessa minha caminhada rumo ao conhecido, saberei que fiz o meu melhor.
Eu posso parecer boba, ou ingênua, mas pelo menos eu durmo em paz. "Não vos canseis de fazer o bem"
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