quarta-feira, junho 08, 2016

O outro lado do Paraiso

Inevitável não lembrar da minha infância! Hoje fui votar. Pela primeira vez no Rio de Janeiro. Fazia tempo que não votava! rs Embora meu título tenha sido transferido em 2011 para cá, em 2012 estava em SP e acabei justificando. Em 2010 não votei, porque estava em depressão após a morte de meu irmão.
Comecei minha vida política muito jovem, acho que aos 9 meses de vida! Rs Sempre rodeada de reuniões políticas em casa, aprendi desde cedo o valor da democracia. Meu pai (Roberto Vital Anau ), a ele eu devo muito do que sou hoje. Lembro, embora muito pequena, das aflições e das lutas pelo voto direto. Lembro quando meu pai me apresentou ao Lula (minha irmã Tatiana Avila confirma a história que pensava ser uma memória construída). Quando eu era pequena ouvia falar desse herói do povo, o Lula, e dizia que ia casar com ele! Kkkk cresci e não tenho mais essa expectativa! Kkk
Hoje ao caminhar com um grande amigo pelas ruas do Flamengo e de Laranjeiras, vendo tanta gente na rua, tantos carros apinhados nas vias estreitas, os restaurantes mais cheios que as Zonas eleitorais, lembrei da minha infância com uma força tão grande!
Quando eu tinha 11 anos ou antes - não lembro qual foi a primeira eleição, mas a da Erundina eu lembro - fazíamos boca de urna com meu pai. E agradeço a ele por isso. Pois se hoje tenho poder de persuasão, devo isso a ele, a esses momentos. Meu pai fazia parte da corrente O Trabalho, do PT, que tinha muito pouco recurso para eleições. Ele nos dava um punhado de panfletos e nos explicava: tínhamos que perguntar primeiro se a pessoa já tinha candidato a vereador. Se a pessoa respondesse que sim, não podíamos dar o panfleto, pois era desperdício. Se a pessoa respondesse que não, então explicaríamos quem era nosso candidato e o porquê merecia o voto. Então, se o eleitor demonstrasse disposição em votar no candidato entregávamos o panfleto. Ao final, eu e meus irmãos cassávamos no mar de santinhos que cobria as calçadas, se havia algum de nosso candidato. Se encontrávamos algum, ficávamos frustrados, pois não havíamos explicado direito! Lembro a primeira vez que uma senhora disse que votaria na candidata que para quem estava fazendo campanha, lembro da sensação, da alegria, da satisfação. É a mesma satisfação que tenho hoje quando conquisto algo depois de uma grande luta. Mas foi lá que aprendi! Aprendi também a perder, pois nunca elegemos um candidato! Kkkk Mas a frase de meu pai ficou para sempre em minha vida: “A paciência é revolucionária!”. Sim, eu acredito.
Ontem assisti ao belo filme “O Outro Lado do Paraíso”. E o protagonista buscava pelo paraíso Evilah, e acreditava que através da política ia conseguir. A busca por aquele sonho lhe conferia uma dignidade! Um brilho nos olhos. O Eduardo Moscóvis fez muito bem. É aquela dignidade que não podemos perder. A de buscar um sonho.
Aprendi muitas coisas com meus pais. Minha mãe (Edna) nos ensinou a dividir. Éramos três irmãos. Então sempre tínhamos que dividir tudo em três. Ao cúmulo de uma vez dividir um Sonho de Valsa em três pedaços. Mas era extremamente saboroso saber que os meus irmãos também estavam provando daquela felicidade que eu podia provar. Aprendi ali, que o coletivo é tão (ou mais) importante que o individual.
Hoje sou mais feliz se as pessoas que amo estão felizes. Trabalho para que aqueles que estão ao meu redor possam ser felizes também. Não quero ser feliz sozinha enclausurada num castelo construído com a solidão.
Ontem, ao assistir o filme, percebi que tenho deixado meus sonhos para trás. Tenho sonhado o sonho dos outros. Preciso voltar os olhos pra mim mesma. Deixei a política de lado, a arte, o futebol (o meu Corinthians que tanto amei!) Tenho me deixado de lado. Hoje caminhando pela Senador Vergueiro, lembrei das caminhadas com meu irmão, que nunca se deixou levar pelos sonhos alheios. A dignidade com a qual ele lutava pelos sonhos dele me fazia admira-lo. Pena que não teve forças para seguir a diante.
Hoje muitas bandeiras se levantaram por partidos, por candidatos. Hoje eu consegui perceber que tinha guardado a minha bandeira em casa e há tempos esquecido dela.
Sim, eu vou em busca de Eviláh. Seja lá onde for!
PS Na minha Biblia, a tradução chama a terra de Eviláh de Havillá! O paraíso somos nós!
Texto escrito em outubro de 2014, mas ainda penso da mesma forma

Não me lembro de termos uma campanha tão acirrada, talvez quando Collor estava disputando...
Gostaria de escrever o porquê voto na Dilma. Concordo que há falhas, concordo que temos que cobrar o atual governo mudanças em diversos pontos. Há muitas coisas que devem ser corrigidas, e nosso papel não é fechar os olhos, mas cobrar tais mudanças. Contudo, porém, todavia, vou me ater a minha experiência pessoal. Não posso falar de economia, pois há duas correntes divergentes no momento: os que dizem que estamos no caminho certo e os que dizem que não. Como não sou economista, deixo isso para meu pai que o é. (E se fosse eleita para um cargo executivo hoje, não contrataria meu pai para não ser acusada de nepotismo, mas o teria como consultor particular. )Enfim... vou falar do que vi e vivi nesses meus anos, que não revelo quantos são....
Quando era criança, bem criança, viajava todo o final de ano (ou os que me lembro) para a casa dos meus parentes em São José do Rio Preto. Eu me divertia muito: achava o máximo poder andar descalça, porque todos andavam. Achava o máximo comer comida do fogão a lenha, porque lá gás não existia. Achava o máximo não ter água encanada, pois podíamos tomar banho em um banheiro improvisado do lado de fora. E as noites? As noites eram a melhor coisa, pois não tinha luz, podíamos contar histórias iluminados por lampiões à querosene. Lembro até hoje do cheiro do querosene queimando e das risadas dos tios de minha mãe. A Tia Tita... era uma figura engraçada. Ela me me lembrava o Sitio do Pica Pau Amarelo, que meu pai lia à noite pra gente dormir. Tinha a cara da Dona Benta dos meus sonhos, mas era muito magra! Muito mesmo. Quando a abraçava tinha medo de quebrá-la ao meio. Mas ela era um personagem de história infantil pra mim. Eu amava andar a cavalo, atolar o carro no lamaçal das estradas de terra, tudo era festa pra minha meninice. E como as minhas primas ficavam felizes com as minhas roupas e sapatos velhos! Eu nem gostava mais deles e pra elas eram roupas de princesa. Eu só ficava triste quando pegava bicho de pé! Doía muito pra tirar! Mas de resto, adorava viver aquele lugar.
Com o tempo fui crescendo e percebendo que aquilo com o que me divertia tinha nome: miséria! E quando passei a olhar nos olhos dessas pessoas, passei a sentir dor. A dor de uma prima que caiu num tacho de banha em que estava sendo feito sabão (por falta de recursos para comprar) e que até hoje tem o corpo desfigurado pelo acidente. A dor de ter que carregar baldes de água o tempo todo. A dor de não ter o que comer. Tudo aquilo, com o tempo passou a apertar meu coração de forma que não conseguia mais olhar com ternura, mas com pavor.
O tempo levou minha Tia Tita. Morreu. De miséria. Por causa de uma solitária. Os tios também se foram aos poucos. Hoje tenho uma tia dessa época: Tia Lídia. A casa dela, onde às vezes dormíamos no escuros, está toda reformadinha, com microondas, geladeira, comida em fartura. A casa onde adorávamos moer café, continua com o mesmo cheirinho de café moído na hora, mas agora pode-se dormir um pouco mais tarde, porque a diversão não é mais debulhar milho, mas assistir televisão. A única lembrança daquele período é que minha Tia é encurvada. Sim, de tanto trabalhar na roça, de carregar água, de tanto tentar pescar nos rios sem peixe, ficou totalmente encurvada. Mas graças ao governo atual, hoje ela tem uma UPA perto de casa para atendê-la. Talvez pudesse ter evitado a curvatura, se houvesse médicos quando sua coluna começou a se dobrar. Não teve. Hoje tem de conviver com isso.
Minha avó, já escrevi em outro post, vive há anos com um salário mínimo. E antes do aumento que o Armínio diz que quebrou o país, tínhamos que sustentá-la. Hoje ela tem dignidade. Paga suas contas. Mas dirão os mais céticos: mas o mínimo não dá para viver , pois é muito baixo, justamente por isso sou Dilma, para ele continuar subindo. E para minha avó é possível, pois vive no interior e graças aos peixes pescados na roça dia e noite, tem sua casa própria.
Tenho primos que se formaram e conseguiram bons empregos, puderam abrir mão de programas como o Minha Casa, Minha Vida. Minha prima, Cris, faz bolos e tem seu carro e sua casa, imagina se teria condições de ter essas coisas com os juros altos do tempo do FHC.
O meu apartamento é financiado pela Caixa! Devo terminar de pagar no final do ano que vem! uhuhu
Há muito por fazer. Sou ferrenha crítica, principalmente aos últimos anos de política cultural da Marta. Mas não quero voltar no tempo em nome de uma alternância no poder que só é apregoada para o governo federal - ninguém fala em alternar poder nos Estados e o resultado em São Paulo está sendo catastrófico.
Enfim... Hoje a miséria em minha família virou história. Uma história que não quero que volte! Por isso, e por todos que viveram uma história superada de pobreza, meu voto é ‪#‎Dilma13‬.

terça-feira, janeiro 06, 2015

Meu ano de 2014 foi bastante tumultuado. Apesar de muitas coisas não terem saído como eu esperava, e por muitas vezes eu ter murmurado, ou ter me sentido injustiçada, traída, ou qualquer outro desses sentimentos, vejo que tudo realmente coopera para o nosso bem. Cresci muito neste ano. Percebi, que pela primeira vez, em anos, sai da caverna, me arrisquei mais do que o costume.

Quebrei a cara? Sim. Foi um ano de grandes decepções. Pessoas em quem confiei. Pessoas por quem nutri afeto. Pessoas por quem me apaixonei. Foram decepções porque esperei demais delas. Ao invés de esperar de mim. Trai a mim mesma algumas vezes para agradar, para não perder. E perdi.

Esse ano, percebi que se eu continuar aos poucos me traindo, chegará um momento que não haverá volta.

São pequenas concessões que fazemos, que vão se juntando e vira uma grande concessão.

Enfim... percebo que Deus agiu e fez o que eu devia ter feito. Para voltar a ser eu mesma.

A palavra do final de ano pra mim: é valor. Preciso me dar mais valor. Perceber que tenho muito a oferecer, e não preciso me diminuir, ou abrir concessões para ser aceita.

Creio profundamente que estou de volta ao caminho que Deus desenhou pra mim. Apenas perdi o mapa, mas estou à procura. E vamos em frente.

terça-feira, novembro 11, 2014

O que é o amor?

Esses dias tive pensando sobre uma relação que tive há algum tempo. E percebi que ela se parece muito com um seriado americano, que no Brasil passa na Sony, Scandal.
Uma grande mulher, Olivia Pope, uma ex-consultora de mídia do presidente dos Estados Unidos, que resolve problemas antes que todos saibam, uma espécie de mediadora de crises, temida por muitos, forte, incrível… pense naquela mulher que todo mundo gostaria de ser, não se abala, todo mundo quer trabalhar com ela, resolve todas as situações – essa é Olivia. No primeiro episódio, nós temos uma cena em que uma menina é convidada para trabalhar no escritório de Olivia Pope e já temos o perfil dessa grande mulher traçado, pois a candidata faria qualquer coisa para servir café no escritório dela. Na seqüência, vemos uma situação de risco. Uma mulher linda, negociando com bandidos. E os bandidos tem medo dela. Ela consegue resgatar um bebe de um diplomata sem acionar a polícia ou a imprensa, e sem expor o diplomata. Ela é incrível!
Mas depois, percebemos que essa mesma mulher se torna uma criança na presença do presidente dos Estados Unidos. Não porque ele é o presidente, mas porque ela o ama! Esse homem consegue fazer dela o que quer. Ele a usa. Ele consegue fazer com que ela resolva todos os seus problemas. Promete amor, mas só lhe dá os restos. Evidentemente, ele é casado. E o pior de tudo, ao longo da temporada, vemos que foi Olivia que o transformou em presidente. Ele ocupa o cargo mais alto do país mais importante do mundo, porque uma mulher apaixonada é capaz de tudo por ele.
Ela sofre, porque ele tem outras amantes. Evidente. Ela sofre porque ele não a ama. Apenas finge para tirar o que ela tem de melhor, para manipulá-la. E ela sempre tem a expectativa, alimentada por ele, de que vão ficar juntos. Mas não vão.
Essa é Olivia Pope. Essa fui eu. Eu alimentei um relacionamento por anos, em que o meu “grande amor” só se aproximava de mim por interesse. Para todos eu sempre fui uma mulher guerreira, uma pessoa que muitos queriam estar perto, uma mulher inteligente. Pra ele, eu sempre fui medíocre, pequena, inculta. Ele me humilhou várias vezes. Ele me aproximou várias vezes para dizer que não conseguia me amar ao final. E todas as vezes que ele pedia algo, eu prontamente fazia, na esperança de que ele me amasse um pouquinho, na esperança que ele me admirasse um pouquinho. Mas ele apenas me usava para seus interesses pessoais. Enfim… tenho uma pontinha de vergonha ao confessar isso, mas esse suposto amor, me cegou por muito tempo. E eu que sempre me considerei inteligente, forte, perto dele virava uma criança. Que bom que passou!
Eu sempre pensei que isso fosse amor. Eu também pensava que Olivia Pope amava o presidente dos Estados Unidos e que o amor a fizesse sofrer. Por mais que lesse os livros da Cris, por mais que ouvisse a Palavra, talvez eu não acreditasse no amor.
Mas essa semana, um amigo de Deus – após contar essa minha desventura a ele, e falar o quanto tenho dificuldade em amar -,  me disse que nunca amei, porque amor não é isso. E me citou 1Co 13:4-7
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”
Então hoje percebo que nunca amei. Que esse tempo todo pensei que amava. O amor não machuca. Não nos faz de boba. Olivia Pope é um marionete nas mãos de um homem que usa os sentimentos contra ela.
Se você tiver a oportunidade de assistir ao piloto da série, vai entender o que estou falando. Essa série nos ensina muito sobre como podemos nos diminuir perante um suposto amor, perante a promessa mentirosa de um futuro.
Creio que no Netflix vocês terão acesso.
Mas o porquê estou escrevendo sobre isso, porque há algum tempo tenho refletido sobre uma palavra:
2Co 6:12 “Não tendes limites em nós, mas estais limitados pelos vossos próprios afetos.”
Uma amiga, me disse uma vez que sempre que eu tive perto desse suposto amor, eu regredia. Eu só crescia quando estava longe. Ela está certa. E cabe a mim, manter-me longe ou perto. Tem que ser uma decisão racional. Não posso me dar o luxo de ser emotiva, se de fato quiser encontrar o amor.
Por isso amigas, reflitam se aquilo que você chama de amor hoje é benigno, ou se está apenas te limitando. Reflita com a cabeça e não com o coração. E, então, sim, não teremos limites!
- See more at: http://blogs.universal.org/cristianecardoso/pt/o-que-e-o-amor/#sthash.oIg3LAEn.dpuf - originalmente publicado em fevereiro de 2014. 

segunda-feira, novembro 10, 2014

Quando o passado nos aprisiona

Uma das tarefas mais difíceis da vida é olhar pra frente! Sim, pelo menos pra mim. Eu tenho o hábito de ficar remoendo coisas passadas, resgatando situações já vencidas, olhando pra trás, ao invés de dar um passo a diante.
Pois é! Os conselhos da Cris e do Renato me ajudam muito quando percebo que novamente estou errando. Às vezes me sinto repetente na matéria! Persisto no erro de olhar para o passado e revivê-lo. É difícil mudar o pensamento, trocar o canal, como eles dizem. Parar de pensar em determinada situação. E quando pensamos, lembramo-nos da dor, e a revivemos.
E aqui começo a minha resenha da semana: tem um personagem na televisão que vive exatamente assim: do passado. Mas como é um personagem cômico, acabamos nos divertindo com ele e não percebemos o quanto ele sofre. Ele vive de um amor que já se foi. A esposa morreu, mas ele não consegue dar um passo a diante. De quem estou falando? Monk, um detetive atrapalhado, que passa todas as sextas feiras às 00h15 na Record.
Para quem não conhece o seriado, vou contar um pouquinho. Monk é um detetive brilhante. Trabalhava na polícia de São Francisco e era muito bem sucedido. Até que sua esposa, Trudy morre em um atentado que nunca foi solucionado. A partir daí sua vida muda. Ele não consegue seguir a diante, e se torna um obsessivo compulsivo. Suas manias, que já existiam, se potencializam e ele se torna uma pessoa antissocial. Não consegue conviver com mais ninguém. Uma tragédia que abateu o sr. Monk e ele nunca conseguiu seguir a vida.
Eu gosto muito do seriado. E me comove a dor de Monk. Parece que ele está preso dentro dele mesmo. E não consegue se livrar das barreiras que criou para se proteger da dor da perda.
Quantas de nós, como Monk, paramos nossas vidas em um determinado momento, sem conseguir seguir a diante. Algumas vezes não são tragédias como a morte de um ente querido, mas são dores pessoais, como um amor não correspondido ou uma frustração profissional. Quantas vezes potencializamos nossos defeitos em função de algo que aconteceu? Como Monk faz com suas manias. E o pior, passamos a acreditar que não podemos viver de uma forma diferente, pois a dor já nos parece natural, parte da vida.
Falo por mim mesma. Uma vez ouvi que o meu problema era ser atriz, pois como artista eu era muito sentimental. Na hora fiquei com muita raiva. Mas depois refletindo sobre isso, a pessoa que me disse estava certa! Tudo bem que a situação que eu vivia era forte. Tudo bem que havia motivos para tristeza. Mas o meu coração (que é enganoso) me mostrava que não havia saída, e que nunca eu conseguiria mudar o que eu estava sentindo.
O meu coração mentiu? Sim. Mas eu acreditei nele. O grande problema é que depende de nós passar por cima dos sentimentos e seguir a diante. Esquecer determinada situação.
No The Love School desse final de semana a Cris deu uma orientação a uma menina que dizia querer esquecer o ex-namorado e foi incisiva: VOCÊ precisa esquecê-lo, e para isso precisa parar de pensar nele, de olhar as fotos no facebook, de procurar o que está acontecendo com ele. Ou seja, depende de nós deixar o passado pra trás. Mas pra isso precisamos nos conscientizar que é passado e não vai voltar.
Esse final de semana eu assisti o filme “O Grande Gatsby” e num determinado momento Gatsby, que viveu os últimos cinco anos para reencontrar seu grande amor, fala que quer retomar o passado de onde parou. Restaurar o passado. Ele acredita que é possível resgatar o passado e mudar o seu final. Pode até ser poético, mas não é nada prático, nem real.
Naquele momento eu parei e pensei na minha vida. No fundo eu faço a mesma coisa. Eu fico tentando restaurar o passado. Eu queria que algumas situações da minha vida tivessem outro final e fico resgatando-as na vã esperança que o final dessa vez será diferente! Assim como Monk que fica tentando trazer de volta Trudy, pois só consegue se ver feliz com ela. Muitas vezes não conseguimos ver que a felicidade não está no outro, ou em alguma coisa. Está em Deus. Transferir a responsabilidade de sermos felizes a uma pessoa, a uma conquista, é garantir uma frustração no futuro. Pois como disse no post anterior: tudo é correr atrás de vento.
Monk é um belo exemplo de uma pessoa que não conseguiu abandonar o passado. Deixá-lo ir. E vive o presente olhando sempre para trás. O quanto amou Trudy. O quanto Trudy era boa. O quanto ele era uma pessoa melhor ao lado de Trudy. E esquece-se de olhar ao seu redor. As pessoas bacanas que estão com ele. O quanto é admirado. O quanto hoje é uma pessoa que pode ajudar os outros. Tudo isso fica menor, frente a um passado que não vai embora.
E o que fazer? Será que é possível esquecer um grande amor que foi embora? Um ente querido que partiu? Superar traumas que nos fizeram construir defesas e couraças? Por isso, o nosso Deus é o Consolador! Mas pra que Ele possa nos Consolar, precisamos usar a razão, ouvindo a voz dEle e não o coração.
Quando eu olho para o passado, ou quando meu coração fica tentando me enganar, eu repito um ensinamento de uma obreira abençoada: quando vier esse tipo de sentimento nostálgico, devo repetir pra mim mesma o tempo todo “eu não vivo pelo que sinto, mas pelo que creio!”
E vocês? Já ficaram presas a uma determinada situação sem conseguir se mover, como o Monk? Já se sentiram presas a um fato do passado e ficaram tentando reviver, pra resolver ou pra mudar o final?
Quanto a mim, estou buscando olhar pra frente. E me preparando para o dia 30. E sigo repetindo:  EU VIVO PELO QUE CREIO!

Post publicado originalmente em junho/13 no Blog da Cris

domingo, novembro 09, 2014

Procuro um lugar ideal.
Olho no espelho e vejo tudo o que não quero.

espero o momento certo para me lançar
mesmo que ele não venha.
Espero.

(...)

(...)

(...)

Passou.

quinta-feira, novembro 06, 2014

Sobre o Amor.
"Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados.
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos.
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
como o vento do norte devasta o jardim.

Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento, trabalha para vossa poda.
E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes e as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto a si.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis;
E então ele vos leva ao seu fogo sagrado e vos transforma
no pão sagrado do banquete sagrado de Deus.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
para que conheçais os segredos de vossos corações,
e com esse conhecimento, vos convertais
em fragmento do coração da Vida.
Mas se no vosso temor procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez e abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações onde rireis, mas não todos os vossos risos, e chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si mesmo e nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir
Pois o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga, 'Deus está no meu coração', mas que diga antes: 'Eu estou no coração de Deus.'
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos, determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos, sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho que canta sua melodia para a noite.
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada.
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor;
E de sangrardes de boa vontade e com alegria.
De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado, e nos lábios uma canção de bem-aventurança."
[Gibran]

quarta-feira, novembro 05, 2014

Compartilho com vocês o comentário da Vanessa Lampert para o meu post anterior. Me tocou profundamente e me ajudou a tomar uma decisão que estava tirando o meu sono. Sabemos o que é certo. Mas às vezes não queremos admitir. Obrigada, Vanessa. Obrigada, Senhor por colocar pessoas tão iluminadas em meu caminho!

Vanessa Lampert deixou um novo comentário sobre a sua postagem "No inicio do ano viajei para Israel. Era um moment...": 

Janaína, acho que a chave para entender isso está nessa frase: "Acho que posso mudar, que posso com a força do meu braço alterar o curso dos acontecimentos. " Olhando o que você escreveu a respeito da sua maneira de lidar com as coisas, eu posso dizer com toda a clareza que o problema não é acreditar nas coisas e fazer com toda a sua força. Isso não é problema.

O problema é fazer isso na força do seu braço. É por essa razão que você estava se exaurindo tanto. Porque quando a gente começa a fazer com o nosso braço coisas que têm uma resistência espiritual, tudo fica pesado. Essa é a revelação dessa Palavra:

"Assim diz o Senhor:Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!" Jeremias 17:5

A carne mortal que tem sido o seu braço é a sua própria. E o homem em quem você mais tem confiado para fazer o seu trabalho é você. E isso tem afastado o seu coração do Senhor. Por isso tantas dúvidas. Por isso acaba não conseguindo discernir quem é sapo e quem é príncipe no dia a dia. Mas você é sincera e humilde de coração e quer fazer as coisas direito. Ele é que te chamou e escolheu, então confie nEle como você confiaria em um grande expert que trabalhasse com você. "Bendito é o homem que confia no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto." (Jeremias 17.7,8)

Esse é o antídoto. Confie em Deus, faça dEle a sua esperança. Na prática. E você será essa árvore plantada junto às águas, com todas essas promessas materializadas. Trabalhe nessa questão da entrega, do sacrifício. Se coloque 100% no Altar, para evitar a gangorra emocional. O próprio Espírito Santo vai te dar o entendimento de quem merece sua confiança, Ele mesmo vai ser a sua esperança, o seu equilíbrio. Na dependência dEle, você nunca vai ficar em dúvida se algo é ou não a chance da sua vida.

Porque não é errado colocar toda a sua força, mas suas emoções têm de estar sob controle. Isso a gente só consegue com sacrifício. Vai com toda a força, sem cautela e sem ressalvas para o Altar.

Beijos!