Esses dias tive pensando sobre uma relação que tive há algum tempo. E percebi que ela se parece muito com um seriado americano, que no Brasil passa na Sony, Scandal.
Uma grande mulher, Olivia Pope, uma ex-consultora de mídia do presidente dos Estados Unidos, que resolve problemas antes que todos saibam, uma espécie de mediadora de crises, temida por muitos, forte, incrível… pense naquela mulher que todo mundo gostaria de ser, não se abala, todo mundo quer trabalhar com ela, resolve todas as situações – essa é Olivia. No primeiro episódio, nós temos uma cena em que uma menina é convidada para trabalhar no escritório de Olivia Pope e já temos o perfil dessa grande mulher traçado, pois a candidata faria qualquer coisa para servir café no escritório dela. Na seqüência, vemos uma situação de risco. Uma mulher linda, negociando com bandidos. E os bandidos tem medo dela. Ela consegue resgatar um bebe de um diplomata sem acionar a polícia ou a imprensa, e sem expor o diplomata. Ela é incrível!
Mas depois, percebemos que essa mesma mulher se torna uma criança na presença do presidente dos Estados Unidos. Não porque ele é o presidente, mas porque ela o ama! Esse homem consegue fazer dela o que quer. Ele a usa. Ele consegue fazer com que ela resolva todos os seus problemas. Promete amor, mas só lhe dá os restos. Evidentemente, ele é casado. E o pior de tudo, ao longo da temporada, vemos que foi Olivia que o transformou em presidente. Ele ocupa o cargo mais alto do país mais importante do mundo, porque uma mulher apaixonada é capaz de tudo por ele.
Ela sofre, porque ele tem outras amantes. Evidente. Ela sofre porque ele não a ama. Apenas finge para tirar o que ela tem de melhor, para manipulá-la. E ela sempre tem a expectativa, alimentada por ele, de que vão ficar juntos. Mas não vão.
Essa é Olivia Pope. Essa fui eu. Eu alimentei um relacionamento por anos, em que o meu “grande amor” só se aproximava de mim por interesse. Para todos eu sempre fui uma mulher guerreira, uma pessoa que muitos queriam estar perto, uma mulher inteligente. Pra ele, eu sempre fui medíocre, pequena, inculta. Ele me humilhou várias vezes. Ele me aproximou várias vezes para dizer que não conseguia me amar ao final. E todas as vezes que ele pedia algo, eu prontamente fazia, na esperança de que ele me amasse um pouquinho, na esperança que ele me admirasse um pouquinho. Mas ele apenas me usava para seus interesses pessoais. Enfim… tenho uma pontinha de vergonha ao confessar isso, mas esse suposto amor, me cegou por muito tempo. E eu que sempre me considerei inteligente, forte, perto dele virava uma criança. Que bom que passou!
Eu sempre pensei que isso fosse amor. Eu também pensava que Olivia Pope amava o presidente dos Estados Unidos e que o amor a fizesse sofrer. Por mais que lesse os livros da Cris, por mais que ouvisse a Palavra, talvez eu não acreditasse no amor.
Mas essa semana, um amigo de Deus – após contar essa minha desventura a ele, e falar o quanto tenho dificuldade em amar -, me disse que nunca amei, porque amor não é isso. E me citou 1Co 13:4-7
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”
Então hoje percebo que nunca amei. Que esse tempo todo pensei que amava. O amor não machuca. Não nos faz de boba. Olivia Pope é um marionete nas mãos de um homem que usa os sentimentos contra ela.
Se você tiver a oportunidade de assistir ao piloto da série, vai entender o que estou falando. Essa série nos ensina muito sobre como podemos nos diminuir perante um suposto amor, perante a promessa mentirosa de um futuro.
Creio que no Netflix vocês terão acesso.
Mas o porquê estou escrevendo sobre isso, porque há algum tempo tenho refletido sobre uma palavra:
2Co 6:12 “Não tendes limites em nós, mas estais limitados pelos vossos próprios afetos.”
Uma amiga, me disse uma vez que sempre que eu tive perto desse suposto amor, eu regredia. Eu só crescia quando estava longe. Ela está certa. E cabe a mim, manter-me longe ou perto. Tem que ser uma decisão racional. Não posso me dar o luxo de ser emotiva, se de fato quiser encontrar o amor.
Por isso amigas, reflitam se aquilo que você chama de amor hoje é benigno, ou se está apenas te limitando. Reflita com a cabeça e não com o coração. E, então, sim, não teremos limites!
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