terça-feira, novembro 11, 2014

O que é o amor?

Esses dias tive pensando sobre uma relação que tive há algum tempo. E percebi que ela se parece muito com um seriado americano, que no Brasil passa na Sony, Scandal.
Uma grande mulher, Olivia Pope, uma ex-consultora de mídia do presidente dos Estados Unidos, que resolve problemas antes que todos saibam, uma espécie de mediadora de crises, temida por muitos, forte, incrível… pense naquela mulher que todo mundo gostaria de ser, não se abala, todo mundo quer trabalhar com ela, resolve todas as situações – essa é Olivia. No primeiro episódio, nós temos uma cena em que uma menina é convidada para trabalhar no escritório de Olivia Pope e já temos o perfil dessa grande mulher traçado, pois a candidata faria qualquer coisa para servir café no escritório dela. Na seqüência, vemos uma situação de risco. Uma mulher linda, negociando com bandidos. E os bandidos tem medo dela. Ela consegue resgatar um bebe de um diplomata sem acionar a polícia ou a imprensa, e sem expor o diplomata. Ela é incrível!
Mas depois, percebemos que essa mesma mulher se torna uma criança na presença do presidente dos Estados Unidos. Não porque ele é o presidente, mas porque ela o ama! Esse homem consegue fazer dela o que quer. Ele a usa. Ele consegue fazer com que ela resolva todos os seus problemas. Promete amor, mas só lhe dá os restos. Evidentemente, ele é casado. E o pior de tudo, ao longo da temporada, vemos que foi Olivia que o transformou em presidente. Ele ocupa o cargo mais alto do país mais importante do mundo, porque uma mulher apaixonada é capaz de tudo por ele.
Ela sofre, porque ele tem outras amantes. Evidente. Ela sofre porque ele não a ama. Apenas finge para tirar o que ela tem de melhor, para manipulá-la. E ela sempre tem a expectativa, alimentada por ele, de que vão ficar juntos. Mas não vão.
Essa é Olivia Pope. Essa fui eu. Eu alimentei um relacionamento por anos, em que o meu “grande amor” só se aproximava de mim por interesse. Para todos eu sempre fui uma mulher guerreira, uma pessoa que muitos queriam estar perto, uma mulher inteligente. Pra ele, eu sempre fui medíocre, pequena, inculta. Ele me humilhou várias vezes. Ele me aproximou várias vezes para dizer que não conseguia me amar ao final. E todas as vezes que ele pedia algo, eu prontamente fazia, na esperança de que ele me amasse um pouquinho, na esperança que ele me admirasse um pouquinho. Mas ele apenas me usava para seus interesses pessoais. Enfim… tenho uma pontinha de vergonha ao confessar isso, mas esse suposto amor, me cegou por muito tempo. E eu que sempre me considerei inteligente, forte, perto dele virava uma criança. Que bom que passou!
Eu sempre pensei que isso fosse amor. Eu também pensava que Olivia Pope amava o presidente dos Estados Unidos e que o amor a fizesse sofrer. Por mais que lesse os livros da Cris, por mais que ouvisse a Palavra, talvez eu não acreditasse no amor.
Mas essa semana, um amigo de Deus – após contar essa minha desventura a ele, e falar o quanto tenho dificuldade em amar -,  me disse que nunca amei, porque amor não é isso. E me citou 1Co 13:4-7
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”
Então hoje percebo que nunca amei. Que esse tempo todo pensei que amava. O amor não machuca. Não nos faz de boba. Olivia Pope é um marionete nas mãos de um homem que usa os sentimentos contra ela.
Se você tiver a oportunidade de assistir ao piloto da série, vai entender o que estou falando. Essa série nos ensina muito sobre como podemos nos diminuir perante um suposto amor, perante a promessa mentirosa de um futuro.
Creio que no Netflix vocês terão acesso.
Mas o porquê estou escrevendo sobre isso, porque há algum tempo tenho refletido sobre uma palavra:
2Co 6:12 “Não tendes limites em nós, mas estais limitados pelos vossos próprios afetos.”
Uma amiga, me disse uma vez que sempre que eu tive perto desse suposto amor, eu regredia. Eu só crescia quando estava longe. Ela está certa. E cabe a mim, manter-me longe ou perto. Tem que ser uma decisão racional. Não posso me dar o luxo de ser emotiva, se de fato quiser encontrar o amor.
Por isso amigas, reflitam se aquilo que você chama de amor hoje é benigno, ou se está apenas te limitando. Reflita com a cabeça e não com o coração. E, então, sim, não teremos limites!
- See more at: http://blogs.universal.org/cristianecardoso/pt/o-que-e-o-amor/#sthash.oIg3LAEn.dpuf - originalmente publicado em fevereiro de 2014. 

segunda-feira, novembro 10, 2014

Quando o passado nos aprisiona

Uma das tarefas mais difíceis da vida é olhar pra frente! Sim, pelo menos pra mim. Eu tenho o hábito de ficar remoendo coisas passadas, resgatando situações já vencidas, olhando pra trás, ao invés de dar um passo a diante.
Pois é! Os conselhos da Cris e do Renato me ajudam muito quando percebo que novamente estou errando. Às vezes me sinto repetente na matéria! Persisto no erro de olhar para o passado e revivê-lo. É difícil mudar o pensamento, trocar o canal, como eles dizem. Parar de pensar em determinada situação. E quando pensamos, lembramo-nos da dor, e a revivemos.
E aqui começo a minha resenha da semana: tem um personagem na televisão que vive exatamente assim: do passado. Mas como é um personagem cômico, acabamos nos divertindo com ele e não percebemos o quanto ele sofre. Ele vive de um amor que já se foi. A esposa morreu, mas ele não consegue dar um passo a diante. De quem estou falando? Monk, um detetive atrapalhado, que passa todas as sextas feiras às 00h15 na Record.
Para quem não conhece o seriado, vou contar um pouquinho. Monk é um detetive brilhante. Trabalhava na polícia de São Francisco e era muito bem sucedido. Até que sua esposa, Trudy morre em um atentado que nunca foi solucionado. A partir daí sua vida muda. Ele não consegue seguir a diante, e se torna um obsessivo compulsivo. Suas manias, que já existiam, se potencializam e ele se torna uma pessoa antissocial. Não consegue conviver com mais ninguém. Uma tragédia que abateu o sr. Monk e ele nunca conseguiu seguir a vida.
Eu gosto muito do seriado. E me comove a dor de Monk. Parece que ele está preso dentro dele mesmo. E não consegue se livrar das barreiras que criou para se proteger da dor da perda.
Quantas de nós, como Monk, paramos nossas vidas em um determinado momento, sem conseguir seguir a diante. Algumas vezes não são tragédias como a morte de um ente querido, mas são dores pessoais, como um amor não correspondido ou uma frustração profissional. Quantas vezes potencializamos nossos defeitos em função de algo que aconteceu? Como Monk faz com suas manias. E o pior, passamos a acreditar que não podemos viver de uma forma diferente, pois a dor já nos parece natural, parte da vida.
Falo por mim mesma. Uma vez ouvi que o meu problema era ser atriz, pois como artista eu era muito sentimental. Na hora fiquei com muita raiva. Mas depois refletindo sobre isso, a pessoa que me disse estava certa! Tudo bem que a situação que eu vivia era forte. Tudo bem que havia motivos para tristeza. Mas o meu coração (que é enganoso) me mostrava que não havia saída, e que nunca eu conseguiria mudar o que eu estava sentindo.
O meu coração mentiu? Sim. Mas eu acreditei nele. O grande problema é que depende de nós passar por cima dos sentimentos e seguir a diante. Esquecer determinada situação.
No The Love School desse final de semana a Cris deu uma orientação a uma menina que dizia querer esquecer o ex-namorado e foi incisiva: VOCÊ precisa esquecê-lo, e para isso precisa parar de pensar nele, de olhar as fotos no facebook, de procurar o que está acontecendo com ele. Ou seja, depende de nós deixar o passado pra trás. Mas pra isso precisamos nos conscientizar que é passado e não vai voltar.
Esse final de semana eu assisti o filme “O Grande Gatsby” e num determinado momento Gatsby, que viveu os últimos cinco anos para reencontrar seu grande amor, fala que quer retomar o passado de onde parou. Restaurar o passado. Ele acredita que é possível resgatar o passado e mudar o seu final. Pode até ser poético, mas não é nada prático, nem real.
Naquele momento eu parei e pensei na minha vida. No fundo eu faço a mesma coisa. Eu fico tentando restaurar o passado. Eu queria que algumas situações da minha vida tivessem outro final e fico resgatando-as na vã esperança que o final dessa vez será diferente! Assim como Monk que fica tentando trazer de volta Trudy, pois só consegue se ver feliz com ela. Muitas vezes não conseguimos ver que a felicidade não está no outro, ou em alguma coisa. Está em Deus. Transferir a responsabilidade de sermos felizes a uma pessoa, a uma conquista, é garantir uma frustração no futuro. Pois como disse no post anterior: tudo é correr atrás de vento.
Monk é um belo exemplo de uma pessoa que não conseguiu abandonar o passado. Deixá-lo ir. E vive o presente olhando sempre para trás. O quanto amou Trudy. O quanto Trudy era boa. O quanto ele era uma pessoa melhor ao lado de Trudy. E esquece-se de olhar ao seu redor. As pessoas bacanas que estão com ele. O quanto é admirado. O quanto hoje é uma pessoa que pode ajudar os outros. Tudo isso fica menor, frente a um passado que não vai embora.
E o que fazer? Será que é possível esquecer um grande amor que foi embora? Um ente querido que partiu? Superar traumas que nos fizeram construir defesas e couraças? Por isso, o nosso Deus é o Consolador! Mas pra que Ele possa nos Consolar, precisamos usar a razão, ouvindo a voz dEle e não o coração.
Quando eu olho para o passado, ou quando meu coração fica tentando me enganar, eu repito um ensinamento de uma obreira abençoada: quando vier esse tipo de sentimento nostálgico, devo repetir pra mim mesma o tempo todo “eu não vivo pelo que sinto, mas pelo que creio!”
E vocês? Já ficaram presas a uma determinada situação sem conseguir se mover, como o Monk? Já se sentiram presas a um fato do passado e ficaram tentando reviver, pra resolver ou pra mudar o final?
Quanto a mim, estou buscando olhar pra frente. E me preparando para o dia 30. E sigo repetindo:  EU VIVO PELO QUE CREIO!

Post publicado originalmente em junho/13 no Blog da Cris

domingo, novembro 09, 2014

Procuro um lugar ideal.
Olho no espelho e vejo tudo o que não quero.

espero o momento certo para me lançar
mesmo que ele não venha.
Espero.

(...)

(...)

(...)

Passou.

quinta-feira, novembro 06, 2014

Sobre o Amor.
"Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados.
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos.
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
como o vento do norte devasta o jardim.

Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento, trabalha para vossa poda.
E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes e as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto a si.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis;
E então ele vos leva ao seu fogo sagrado e vos transforma
no pão sagrado do banquete sagrado de Deus.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
para que conheçais os segredos de vossos corações,
e com esse conhecimento, vos convertais
em fragmento do coração da Vida.
Mas se no vosso temor procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez e abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações onde rireis, mas não todos os vossos risos, e chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si mesmo e nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir
Pois o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga, 'Deus está no meu coração', mas que diga antes: 'Eu estou no coração de Deus.'
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos, determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos, sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho que canta sua melodia para a noite.
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada.
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor;
E de sangrardes de boa vontade e com alegria.
De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado, e nos lábios uma canção de bem-aventurança."
[Gibran]

quarta-feira, novembro 05, 2014

Compartilho com vocês o comentário da Vanessa Lampert para o meu post anterior. Me tocou profundamente e me ajudou a tomar uma decisão que estava tirando o meu sono. Sabemos o que é certo. Mas às vezes não queremos admitir. Obrigada, Vanessa. Obrigada, Senhor por colocar pessoas tão iluminadas em meu caminho!

Vanessa Lampert deixou um novo comentário sobre a sua postagem "No inicio do ano viajei para Israel. Era um moment...": 

Janaína, acho que a chave para entender isso está nessa frase: "Acho que posso mudar, que posso com a força do meu braço alterar o curso dos acontecimentos. " Olhando o que você escreveu a respeito da sua maneira de lidar com as coisas, eu posso dizer com toda a clareza que o problema não é acreditar nas coisas e fazer com toda a sua força. Isso não é problema.

O problema é fazer isso na força do seu braço. É por essa razão que você estava se exaurindo tanto. Porque quando a gente começa a fazer com o nosso braço coisas que têm uma resistência espiritual, tudo fica pesado. Essa é a revelação dessa Palavra:

"Assim diz o Senhor:Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!" Jeremias 17:5

A carne mortal que tem sido o seu braço é a sua própria. E o homem em quem você mais tem confiado para fazer o seu trabalho é você. E isso tem afastado o seu coração do Senhor. Por isso tantas dúvidas. Por isso acaba não conseguindo discernir quem é sapo e quem é príncipe no dia a dia. Mas você é sincera e humilde de coração e quer fazer as coisas direito. Ele é que te chamou e escolheu, então confie nEle como você confiaria em um grande expert que trabalhasse com você. "Bendito é o homem que confia no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto." (Jeremias 17.7,8)

Esse é o antídoto. Confie em Deus, faça dEle a sua esperança. Na prática. E você será essa árvore plantada junto às águas, com todas essas promessas materializadas. Trabalhe nessa questão da entrega, do sacrifício. Se coloque 100% no Altar, para evitar a gangorra emocional. O próprio Espírito Santo vai te dar o entendimento de quem merece sua confiança, Ele mesmo vai ser a sua esperança, o seu equilíbrio. Na dependência dEle, você nunca vai ficar em dúvida se algo é ou não a chance da sua vida.

Porque não é errado colocar toda a sua força, mas suas emoções têm de estar sob controle. Isso a gente só consegue com sacrifício. Vai com toda a força, sem cautela e sem ressalvas para o Altar.

Beijos! 


terça-feira, novembro 04, 2014

No inicio do ano viajei para Israel. Era um momento delicado de minha vida, estava passando por dificuldades em todos os campos. 2013 foi um ano duro no trabalho. Terminei o ano produzindo 6 telefilmes e uma série de 5 episódios, além de intermediar a relação entre Record e Academia para Milagres de Jesus. Um final de semana antes do Natal tivemos reuniões bastante doloridas. Aprendi muito naquele ano, mas me expus demais.

Sempre fui uma pessoa que luta pelo que acredita. Talvez por isso, hoje a série Conselho Tutelar esteja pronta para ir ao ar. Lutei por ela e pela série Sem Volta com toda a minha força, pois acreditava naqueles produtos. Fiz o mesmo por tudo o que acreditava: pessoas, produtos, guerras. E no fim estava nocauteada.

Lembro um dia conversando com um grande amigo, disse a ele que me sentia sangrando por todos os poros. Mal conseguia respirar. Foi difícil. Mas passei. Fui para Israel para buscar a Deus.

Não fui com uma excursão de cristãos. Fui com turistas. Mas quando eu percebia que era o momento de parar e orar, me afastava e fazia minha oração. Foi assim no Muro das Lamentações. Ali, conversei com Deus com toda minha sinceridade. Disse a Ele que não podia mais deixar minha vida em mãos alheias. Que não podia deixar mais que pessoas me usassem. Queria respostas. Queria vida. Queria Ele.

Em frente ao mar da Galiléia orei por uma pesca maravilhosa. E Deus me deu uma palavra que entendi pouco no momento: "Assim diz o Senhor:Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!" Jeremias 17:5

Na hora não entendi muito bem, pensei com meu orgulho costumeiro que jamais me afastaria do Senhor, afinal estava lá buscando-O.

Quis me enganar. Durante os dois anos que se passaram (final de 2012 até hoje) a única coisa que fiz foi depositar minha esperança em homens, em promessas feitas por pessoas que estavam próximas. Trabalhei tanto, mas tanto que mal conseguia acordar nos domingos pela manhã para ir à igreja, tamanho o cansaço. Me esvai pensando que estava fazendo o meu melhor e que era isso que Deus esperava de mim.

De fato, Deus esperava que eu fizesse o meu melhor, mas com equilíbrio.

Esse é meu maior desafio na vida: o equilíbrio. Não sei ir com cautela. Quando me lanço em alguma coisa vou com tudo e sem ressalvas. É assim na vida profissional. É assim na vida sentimental.

 Acabo confiando em tudo que me dizem. E acreditando que a felicidade está fora de mim.

 Nos últimos meses fiz de novo. Acreditei em alguém que no inicio se mostrou um principe, mas que no fundo era só mais uma pessoa da vida real. Alguém com suas confusões e que acabou me confundindo. No fundo, a covarde sou eu. Porque não consigo parar as coisas quando identifico que está tudo errado. Acho que posso mudar, que posso com a força do meu braço alterar o curso dos acontecimentos. E isso se chama covardia, porque me falta coragem para desistir do que está errado, sempre pensando "e se for a grande chance da minha vida?" E não estou falando só da vida sentimental, estou falando de todas as áreas. Às vezes a coragem está em desistir, e não em persistir.

A grande chance da minha vida é ser eu mesma. Seja onde for, com quem for, como for. E com Deus.
Mar da Galiléia

segunda-feira, novembro 03, 2014

Ao me descrever em meu blog, escrevi que sou uma pessoa que acredita mais em seus sonhos do que na sua realidade. De certa forma, isso não é bom. Eu acredito demais na bondade alheia. Acabo me tornando ingênua e como disse Machado, burra. Nos últimos meses me senti burra. Acreditei demasiadamente nas pessoas, principalmente no campo pessoal. Acreditei na bondade e coragem. Falhei. Quando tive oportunidade de dizer tudo que devia, acreditei mais no sonho do que na realidade que saltava à minha frente, mesmo que escamoteada pela covardia (minha inclusive). E eis-me aqui. Juntando os caquinhos dos sonhos, para construir uma nova realidade. Mas como está escrito: "tudo é correr atrás de vento". De fato, a necessidade da explicação, dos porquês, do enfrentamento está mais relacionada ao ego do que à existência em si. Não vou desistir de quem sou, por me culpar por reações alheias. Mas vou buscar a coragem de enfrentar a realidade.

segunda-feira, outubro 06, 2014

Inevitável não lembrar da minha infância! Hoje fui votar. Pela primeira vez no Rio de Janeiro. Fazia tempo que não votava! rs Embora meu título tenha sido transferido em 2011 para cá, em 2012 estava em SP e acabei justificando. Em 2010 não votei, porque estava em depressão após a morte de meu irmão.
Comecei minha vida política muito jovem, acho que aos 9 meses de vida! Rs Sempre rodeada de reuniões políticas em casa, aprendi desde cedo o valor da democracia. Meu pai (Roberto Vital Anau ), a ele eu devo muito do que sou hoje. Lembro, embora muito pequena, das aflições e das lutas pelo voto direto. Lembro quando meu pai me apresentou ao Lula (minha irmã Tatiana Avila confirma a história que pensava ser uma memória construída). Quando eu era pequena ouvia falar desse herói do povo, o Lula, e dizia que ia casar com ele! Kkkk cresci e não tenho mais essa expectativa! Kkk
Hoje ao caminhar com um grande amigo pelas ruas do Flamengo e de Laranjeiras, vendo tanta gente na rua, tantos carros apinhados nas vias estreitas, os restaurantes mais cheios que as Zonas eleitorais, lembrei da minha infância com uma força tão grande!
Quando eu tinha 11 anos ou antes - não lembro qual foi a primeira eleição, mas a da Erundina eu lembro - fazíamos boca de urna com meu pai. E agradeço a ele por isso. Pois se hoje tenho poder de persuasão, devo isso a ele, a esses momentos. Meu pai fazia parte da corrente O Trabalho, do PT, que tinha muito pouco recurso para eleições. Ele nos dava um punhado de panfletos e nos explicava: tínhamos que perguntar primeiro se a pessoa já tinha candidato a vereador. Se a pessoa respondesse que sim, não podíamos dar o panfleto, pois era desperdício. Se a pessoa respondesse que não, então explicaríamos quem era nosso candidato e o porquê merecia o voto. Então, se o eleitor demonstrasse disposição em votar no candidato entregávamos o panfleto. Ao final, eu e meus irmãos cassávamos no mar de santinhos que cobria as calçadas, se havia algum de nosso candidato. Se encontrávamos algum, ficávamos frustrados, pois não havíamos explicado direito! Lembro a primeira vez que uma senhora disse que votaria na candidata que para quem estava fazendo campanha, lembro da sensação, da alegria, da satisfação. É a mesma satisfação que tenho hoje quando conquisto algo depois de uma grande luta. Mas foi lá que aprendi! Aprendi também a perder, pois nunca elegemos um candidato! Kkkk Mas a frase de meu pai ficou para sempre em minha vida: “A paciência é revolucionária!”. Sim, eu acredito.
Ontem assisti ao belo filme “O Outro Lado do Paraíso”. E o protagonista buscava pelo paraíso Evilah, e acreditava que através da política ia conseguir. A busca por aquele sonho lhe conferia uma dignidade! Um brilho nos olhos. O Eduardo Moscóvis fez muito bem. É aquela dignidade que não podemos perder. A de buscar um sonho.
Aprendi muitas coisas com meus pais. Minha mãe (Edna) nos ensinou a dividir. Éramos três irmãos. Então sempre tínhamos que dividir tudo em três. Ao cúmulo de uma vez dividir um Sonho de Valsa em três pedaços. Mas era extremamente saboroso saber que os meus irmãos também estavam provando daquela felicidade que eu podia provar. Aprendi ali, que o coletivo é tão (ou mais) importante que o individual.
Hoje sou mais feliz se as pessoas que amo estão felizes. Trabalho para que aqueles que estão ao meu redor possam ser felizes também. Não quero ser feliz sozinha enclausurada num castelo construído com a solidão.
Ontem, ao assistir o filme, percebi que tenho deixado meus sonhos para trás. Tenho sonhado o sonho dos outros. Preciso voltar os olhos pra mim mesma. Deixei a política de lado, a arte, o futebol (o meu Corinthians que tanto amei!) Tenho me deixado de lado. Hoje caminhando pela Senador Vergueiro, lembrei das caminhadas com meu irmão, que nunca se deixou levar pelos sonhos alheios. A dignidade com a qual ele lutava pelos sonhos dele me fazia admira-lo. Pena que não teve forças para seguir a diante.
Hoje muitas bandeiras se levantaram por partidos, por candidatos. Hoje eu consegui perceber que tinha guardado a minha bandeira em casa e há tempos esquecido dela.
Sim, eu vou em busca de Eviláh. Seja lá onde for!
PS Na minha Biblia, a tradução chama a terra de Eviláh de Havillá! O paraíso somos nós!

terça-feira, setembro 30, 2014

Eu não sei muito sobre a vida. Acho que sei mais sobre personagens do que sobre mim mesma! rs A vida é assim, pelo menos a minha, um vai e vem de emoções, de pessoas, de vida.

Hoje foi um dia para parar e repensar. Fazer um balanço. O final de 2013 foi tenso, dolorido. Pra mim o ano havia se resumido em uma palavra: decepção. Me decepcionei muito, comigo mesma! Errei em confiar demasiadamente em algumas pessoas. Mas fui injusta com 2013. Aprendi muito. Aprendi sobre o mercado audiovisual. Aprendi sobre fazer televisão. Aprendi sobre ficção. Aprendi sobre produção. Sobre o Fundo Setorial, o artigo 3A, o artigo 3, o artigo 39. O BNDES. A Ancine. A RioFilme. Conheci pessoas importantes, influentes. Me posicionei no mercado como alguém que faz. Alguém...

Mas não aprendi o mais importante: a viver. Sei que me exponho demais no face, antes era no blog da Cris, mas infelizmente não tenho mais aquele espaço. Estou escrevendo no meu blogspot, pra quem quiser, estou postando lá também.

Prefiro ser sincera. Expor sentimentos. Olhar nos olhos, a viver fugindo. Nos últimos meses não me reconheci. Me enrolei em busca de uma verdade que não me pertence.

Me lembro que quando meu irmão morreu eu tive 21 dias de crise de enxaqueca. Foi terrível. Fui ao UPA e não tive um atendimento decente. O médico me disse que eu não tinha enxaqueca. Afinal não era a cabeça dele que estourava. Enfim... sem medicação adequada, não conseguia me livrar da dor, das náuseas, da fotofobia. Mas numa quarta-feira, após uma Palavra, fui curada.

"Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?
Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade." Atos 1:6-7

Os porquês que eu buscava não me competiam. Ali eu conheci o Consolador. Meu coração continuou doendo. O vazio ainda permaneceu por um tempo. O luto se prorrogou (no fundo até hoje). Mas o peso que me trazia a enxaqueca foi tirado na hora.

Tenho tido enxaquecas. Tenho perguntado muito o porquê das coisas. Dos silêncios, das injustiças, dos enganos. Em diversas áreas da minha vida. Talvez em todas.

Mas quando penso que já passei pela morte de meu irmão e sobrevivi, tudo se apequena. Tudo se torna vil e desnecessário.

Hoje opto pelo silêncio. Pelo fim das perguntas. Pelo fim... Opto por Deus. Talvez amanhã acorde sem dor de cabeça.

sexta-feira, setembro 19, 2014

Quem sou eu?

Fui menos do que podia
Mais do que imaginavam
Mas não fui, ao fim de tudo
Quem queria

E se tudo for mentira?

E se tudo for mentira?
Engraçado começar a pensar isso. Minha coach me disse que nós geralmente olhamos o outro como se fôssemos nós mesmos. Como não sou afeita as mentiras, geralmente sou sincera e direta ao extremo, não consigo ver a mentira dos outros. Sou como um chapeuzinho vermelho: ao se deparar com o lobo mau, não consegue identifica-lo como tal, e segue sendo feita de idiota enquanto ele ganha tempo!
Mas se eu começar as minhas relações com a premissa de que estão mentindo para mim, será que tudo vai acabar bem?
Eu não costumo ser de enrolações: se quero, quero. Se não quero, não quero. Acho o ser humano com o qual estou me relacionando importante demais para fazê-lo sofrer. Sou daquelas que não acredita no direito de ser feliz em detrimento do sofrimento alheio.
Quando alguém ao meu lado chora, eu choro junto. Ajudo, tento ao máximo secar as lágrimas e seguir em frente, mas geralmente abraço e cuido, com os olhos marejados.
Mas hoje o que percebo é uma covardia de querer ser feliz a todo custo, mesmo que isso signifique desprezar, maltratar, humilhar alguém.
Não consigo entender o prazer de uma pessoa em humilhar outra.
Conversando com minha irmã, ela me abriu os olhos pra uma situação que não conseguia ver: nas relações afetivas os homens estão cada vez mais covardes. Eu não conseguia ver essa covardia.
Eles conquistam pelo simples prazer de conquistar. Depois não tem a dignidade de olhar nos olhos e dizer “olha não rolou!”
Temos o direito de não nos apaixonar por alguém que se apaixonou por nós. Mas temos o dever de não humilhar.
Hoje eles preferem “dar um gelo”, falar por códigos. Mostrar que estão desinteressados. Fazem-nos correr atrás de uma explicação, do “onde foi que errei?” É humilhante. E te forçam a tomar a decisão de parar com esse jogo. Então você quem não quis mais, você quem terminou, não foi ele!
Conquistamos o mundo! Nós mulheres. E por isso eles têm medo de olhar nos nossos olhos. Eles, ao invés de crescer, se tornaram mais moleques que antes. Parece que ao tomar o timão de nossas vidas, eles podem continuar brincando.
Por isso tenho que começar todas as relações, seja afetiva, profissional, ou qualquer outra, com a certeza que estão mentindo para mim. Assim, ninguém me fará  de idiota novamente.
Seria tudo tão mais fácil se fôssemos sinceros uns com os outros. Ao olhar nos olhos falássemos o que esperamos, o que queremos, ou mesmo se estamos confusos, em momentos diferentes, confessamos nossa condição, e então o outro decide se continua ou não, sem criar expectativas.
Eu acredito na bondade humana. Acredito que eu vá encontrar os meus pares nesse mundo. Que vou encontrar pessoas que estejam dispostas a fazer o bem.
Mas parece que sigo caminhando sempre pro mesmo final. Sempre que acredito em alguém. Não, eu não sou masoquista. Apenas tenho a vã esperança que um dia haverá dignidade.

Enfim... seguirei procurando. 

sábado, setembro 13, 2014

Sempre ouvi que sou do tamanho dos meus sonhos, mas quando me olho no espelho ainda vejo uma mulher de 1,53m.

Hoje me vejo uma mulher. Há bem pouco tempo atrás me via ainda uma menina. Essa história da auto-imagem sempre foi algo bastante complicado pra mim. Quando fecho os olhos, me vejo com 2 metros de altura. Sempre olhando todos nos olhos. Mas a verdade é que para olhar as pessoas nos olhos, ou são baixinhos, ou estão sentados!

Me acostumei a ver o mundo do alto do meu metro e meio. E se me perguntam como é aqui embaixo, eu respondo que não sei a diferença, pois nunca estive lá em cima, exceto quando tento me equilibrar nos saltos.

O engraçado é que ouvindo as pessoas falarem de mim, todos me veem forte, determinada. Eu me vejo tão diferente. Olho pra trás e parece que não fiz nada, o castelo que estou construindo está vazio e não sei por onde começar para povoa-lo. Disse isso numa entrevista: de que adianta construir o castelo?

Hoje pelo menos não me vejo mais como uma menina assustada. Sei vestir o personagem da mulher altiva e pra "frentex". Sou moderna à moda antiga. Finjo entender o que o mundo me propõe e depois me questiono sozinha, com Deus os porquês. Somos impulsionados a jogar o jogo, mesmo que esse jogo seja abusivo.

Ontem assisti "Era uma vez em Nova York". Ewa, a protagonista, linda. Uma polonesa que foge da guerra e vai para a America, com sua irmã que adoece na viagem. A irmã não consegue entrar no país, pois estava com tuberculose, fica retida para tratamento. Ewa também será extraditada, porque foi considerada "devassa". Na verdade foi abusada no navio e acaba sendo considerada prostituta.

Surge um homem que a ajuda. Bom, para encurtar ela vira uma prostituta, mesmo sendo contra tudo o que acredita. O tal homem se apaixona por ela, e mesmo assim a manipula, a aprisiona, faz com que ela se prostitua. Ewa aceita a condição que lhe é imposta, pois precisa de dinheiro para retirar a irmã da Ilha em que se encontra. Mas nunca perde a esperança que as coisas mudarão.

Em determinado momento, no auge de sua humilhação, em um show, ela é questionada sobre qual seria seu sonho. Ela responde: "quero ser feliz".

Essa é nossa busca. Mas às vezes quem mais nos ama nos aprisiona, nos machuca, nos humilha. Eu não consigo entender esse comportamento.

A vida, algumas vezes, me fez sentir menor do que o meu metro e meio. Me sinto uma formiga lutando por algo que nem sei bem o que é: essa tal felicidade. Eu olho pro lado e parece que estou completamente só, sem ter onde me segurar. Como se tivesse que me prostituir por um objetivo muito menos nobre que salvar minha irmã para ser feliz.

Há pessoas que conseguem me fazer menos que nada. Um lixo. Sei que sou eu quem permite isso. Mas não sei quebrar esse circulo. Mesmo sabendo que tantos me admiram, que tantos olham pra mim como uma pessoa imponente, há sempre um alguém que me prova que sou pequena.

Mas sempre gostei de ser baixinha. Quando me abraçam, fico tão completamente envolvida no corpo do outro, que é a melhor sensação: proteção. Acho que estou precisando mais de abraços.
Hoje, ontem (rs) já são 2 da manhã, o dia estava nublado, com cara de que choveria... Choveu... emoções. Comecei o dia meio assim, assim... é sempre angustiante quando as coisas estão indefinidas e tudo o que você precisa é de uma palavra, algo que te mostre o caminho certo, que diga o que está de fato acontecendo. Quando as coisas ficam no ar e eu não tenho respostas.... eu caminho. Mas meu irmão tinha uma frase que eu me repeti inúmeras vezes hoje, enquanto caminhava pela Lagoa: "há coisas que não precisam ser ditas, se precisarem ser ditas é você que não está pronto para ouvi-las" Eu preciso ouvir. Mesmo sabendo a resposta, acabo buscando a confirmação daquilo que, de alguma forma, descobri sem que ninguém me contasse. Porque o ponto de interrogação sabe torturar.
Fui caminhando, orando, me repetindo a frase. Andei do Jardim Botânico até a General Osório. Encontrei um amigo, tive um almoço incrível e percebi que não estou sozinha.
Depois um telefonema que fez com que eu me sentisse bipolar, indo de um extremo ao outro: Ganhamos o Fomento! Ali o mundo pareceu ganhar novas cores... novos rumos... até o gelo passou a ser mais saboroso... kkk
Hoje me lembrei que tudo pode mudar no minuto seguinte. Lembrei do meu irmão, da minha infância, dos amores, das dores... do que sou hoje, do que fui ontem... de como queria que fosse o amanhã que não me pertence completamente... Lembrei que precisamos estar prontos a receber com amor tanto as coisas boas, como aquelas que às vezes aparentemente são ruins. Pois no fim, tudo te levará a tua essência. Afinal, eis-me voltando ao teatro.
Para completar o dia, e a montanha-russa de emoções, fui ao cinema. Mas antes uma amiga me ligou e me disse coisas incríveis... me fez carinhos que não esperava receber. Mas a principal coisa que me disse: "Seja como pensares" - eis o resumo da fé.
Não quero mudar quem sou porque me sinto um ponto fora da curva. Eu não vou deixar os outros me transformarem naquilo que desprezo. SE me machucarem, vou devolver com carinho. Se me ignorarem, vou devolver com amor e atenção. Não vou permitir que o mundo me deixe fria, que as pessoas me deixem menos afetuosa, só porque algumas pessoas não sabem o que é afeto. Vou continuar respeitando, mesmo quem não sabe o que é isso.
E quando olhar pra trás, nessa minha caminhada rumo ao conhecido, saberei que fiz o meu melhor.
Eu posso parecer boba, ou ingênua, mas pelo menos eu durmo em paz. "Não vos canseis de fazer o bem"

terça-feira, agosto 26, 2014

Quando eu quero parar de pensar...

eu ouço música.

Já que os remédios tarja preta precisam de receita...